Olá pessoal, tudo bem?
Nosso tema de hoje é Som Síncrono e Assíncrono, Diegético e
Não-diegético. Assustou??? Não se preocupem, é fácil. Vamos nessa?
Quando assistimos a um filme, temos inúmeros sons provindos das cenas que estão ocorrendo. Tantos
que muitas vezes não conseguimos numerar. São atmosferas, passos, ruídos,
diálogos, música e por aí vai.
Você que não trabalha com audiovisual já se perguntou se
todos esses sons são reais? Ou seja, são sons gravados ao mesmo tempo em que a
imagem é gravada? Ou são refeitos depois em estúdio? O produto que gera aquele som é o mesmo que está aparecendo no vídeo?
Não é novidade que grandes produções hoje investem pesado na
hora de dublar e recriar todos os sons necessários para que a cena fique
natural. Isso inclui em recriar passos, ruídos de portas, automóveis,
atmosferas diversas e quantos outros sons forem necessários para trazer a
realidade condizente com o espaço mostrado no vídeo.
Com base nos questionamentos acima começaremos a falar
sobre:
Som Síncrono, Assíncrono, Diegético e Não-Diegético.
Por Roger Dutra
Som Síncrono
Som que é gravado ao mesmo tempo em que a imagem. Podemos
dizer que ele é o som “verdadeiro”, pois está sendo gravado em tempo real,
sujeito a qualquer interrupção ou ruído indesejado ao redor da locação.
Diálogos, ruídos e atmosferas, tudo gravado conforme o mostrado
no vídeo, um porta fecha e o som será realmente desta porta que fechou no
momento em que ela fechou.
Quando fazemos uma dublagem para uma cena, estamos obtendo
um som Pós Sincronizado, entendemos que ele é o som do objeto mostrado no vídeo, porém foi produzido.
Som síncrono equivale à ação mostrada no vídeo.
Som Assíncrono
Você está assistindo a uma cena é está ouvindo sons que não
aparecem na tela, efeitos sonoros, diálogos, música, narração etc. Isto é são
sons assíncronos, pois não correspondem ao que você está vendo. Um som
assíncrono pode ser uma atmosfera gravada em um local após a filmagem e não
juntamente com a filmagem da cena onde este áudio será aplicado.
Um exemplo:
Um casal almoçando em um restaurante. Você vê apenas os dois
sentados na mesa, mas ouve outras pessoas conversando e outros sons como louças
e talheres. Esses sons em sua grande maioria são produzidos depois. Portanto
este exemplo se caracteriza por ter um som assíncrono, mas os sons do casal que
estamos vendo são síncronos.
Na foto acima o som está sendo gravado ao mesmo tempo em que a imagem, mesmo assim ele pode ser refeito em estúdio.
Som Diegético
Geralmente para simplificar dizemos que este é o som que o
personagem pode ouvir. Pode ser síncrono ou assíncrono. Um exemplo de som
diegético é uma cena em um bar com música tocando ao fundo; os personagens
ouvem a música (não necessáriamente os atores), mesmo que ela seja colocada na
pós produção.
Som Não-Diegético
Podemos resumir em poucas palavras. É a música que os personagens
não podem ouvir. Lembro que são personagens e não os atores, pois há casos em
que se filmam atores em cenas de dança e não há música tocando no momento, ela
é colocada posteriormente.
A locução é uma forma de som não-diegético, pois nós
ouvimos, mas o personagem não. E se por acaso ele passe em algum momento do
vídeo a ouvir, esse som deixará de ser não-diegético e se enquadrará em algum
dos tipos de som vistos acima.
“A relação entre o som e imagem pode se
deslocar de cena para cena. Ouvimos a voz de um professor de escola falando
sobre a guerra revolucionária enquanto vemos filmagens exteriores de uma escola
com uma única sala. Depois cortamos para dentro da escola e vemos o professor
se dirigindo aos alunos. A narração é diegética porque faz parte do mundo da
história, mas é iniciada como som assíncrono fora da tela que se torna
síncrono.
Num outro exemplo, a música poderia parecer
à primeira vista uma classificação não-diegética que não existe no mundo dos
personagens. Uma jovem senta pensativa na praia ao mesmo tempo que ouvimos uma
melodia triste. Então, a câmera afasta o zoom para revelar o carro dela
estacionado próximo e com o rádio tocando. A música termina e o disc-jóquei
fala. Ela pode ouvir a música; no final das contas é diegética”
Vídeo muito bacana que mostra um pouco do trabalho de quem faz sonoplastia para produtos audiovisuais.
Grande abraço a todos, espero ter ajudado
ótimo artigo
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