quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Som Síncrono, Assíncrono, Diegético e Não-Diegético.


Olá pessoal, tudo bem?

Nosso tema de hoje é Som Síncrono e Assíncrono, Diegético e Não-diegético. Assustou??? Não se preocupem, é fácil. Vamos nessa?

Quando assistimos a um filme, temos inúmeros sons provindos das cenas que estão ocorrendo. Tantos que muitas vezes não conseguimos numerar. São atmosferas, passos, ruídos, diálogos, música e por aí vai.

Você que não trabalha com audiovisual já se perguntou se todos esses sons são reais? Ou seja, são sons gravados ao mesmo tempo em que a imagem é gravada? Ou são refeitos depois em estúdio? O produto que gera aquele som é o mesmo que está aparecendo no vídeo?

Não é novidade que grandes produções hoje investem pesado na hora de dublar e recriar todos os sons necessários para que a cena fique natural. Isso inclui em recriar passos, ruídos de portas, automóveis, atmosferas diversas e quantos outros sons forem necessários para trazer a realidade condizente com o espaço mostrado no vídeo.

Com base nos questionamentos acima começaremos a falar sobre:

Som Síncrono, Assíncrono, Diegético e Não-Diegético.


Por Roger Dutra

Som Síncrono

Som que é gravado ao mesmo tempo em que a imagem. Podemos dizer que ele é o som “verdadeiro”, pois está sendo gravado em tempo real, sujeito a qualquer interrupção ou ruído indesejado ao redor da locação.

Diálogos, ruídos e atmosferas, tudo gravado conforme o mostrado no vídeo, um porta fecha e o som será realmente desta porta que fechou no momento em que ela fechou.
Quando fazemos uma dublagem para uma cena, estamos obtendo um som Pós Sincronizado, entendemos que ele é o som do objeto mostrado no vídeo, porém foi produzido.
Som síncrono equivale à ação mostrada no vídeo.

Som Assíncrono

Você está assistindo a uma cena é está ouvindo sons que não aparecem na tela, efeitos sonoros, diálogos, música, narração etc. Isto é são sons assíncronos, pois não correspondem ao que você está vendo. Um som assíncrono pode ser uma atmosfera gravada em um local após a filmagem e não juntamente com a filmagem da cena onde este áudio será aplicado.

Um exemplo:

Um casal almoçando em um restaurante. Você vê apenas os dois sentados na mesa, mas ouve outras pessoas conversando e outros sons como louças e talheres. Esses sons em sua grande maioria são produzidos depois. Portanto este exemplo se caracteriza por ter um som assíncrono, mas os sons do casal que estamos vendo são síncronos.

Na foto acima o som está sendo gravado ao mesmo tempo em que a imagem, mesmo assim ele pode ser refeito em estúdio.

Som Diegético

Geralmente para simplificar dizemos que este é o som que o personagem pode ouvir. Pode ser síncrono ou assíncrono. Um exemplo de som diegético é uma cena em um bar com música tocando ao fundo; os personagens ouvem a música (não necessáriamente os atores), mesmo que ela seja colocada na pós produção.

Som Não-Diegético

Podemos resumir em poucas palavras. É a música que os personagens não podem ouvir. Lembro que são personagens e não os atores, pois há casos em que se filmam atores em cenas de dança e não há música tocando no momento, ela é colocada posteriormente.

A locução é uma forma de som não-diegético, pois nós ouvimos, mas o personagem não. E se por acaso ele passe em algum momento do vídeo a ouvir, esse som deixará de ser não-diegético e se enquadrará em algum dos tipos de som vistos acima.

Aqui vão dois exemplos retirados do livro Produção de Imageme Som de Roberts-Breslin, Jan.

“A relação entre o som e imagem pode se deslocar de cena para cena. Ouvimos a voz de um professor de escola falando sobre a guerra revolucionária enquanto vemos filmagens exteriores de uma escola com uma única sala. Depois cortamos para dentro da escola e vemos o professor se dirigindo aos alunos. A narração é diegética porque faz parte do mundo da história, mas é iniciada como som assíncrono fora da tela que se torna síncrono.

Num outro exemplo, a música poderia parecer à primeira vista uma classificação não-diegética que não existe no mundo dos personagens. Uma jovem senta pensativa na praia ao mesmo tempo que ouvimos uma melodia triste. Então, a câmera afasta o zoom para revelar o carro dela estacionado próximo e com o rádio tocando. A música termina e o disc-jóquei fala. Ela pode ouvir a música; no final das contas é diegética”

Vídeo muito bacana que mostra um pouco do trabalho de quem faz sonoplastia para produtos audiovisuais.


Grande abraço a todos, espero ter ajudado





Um comentário:

Manual de Som para Audiovisual

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